quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Razões para A Guerra da Secessão

Razões para A Guerra da Secessão

Boa a leitura do livro Guerra da Secessão de Farid Ameur, publicado pela L&PM.  Confira um trecho e decida pela compra:

A política é amiga das negociações e das mudanças.  Muito do que se vê e ouve é dissimulado.  O povo já sabe: não se pode acreditar nos políticos.  
 
 
 A história norte-americana recente, a partir da Declaração de Direitos do final do século XVIII, tem seus lances políticos intrigantes.  Como sabemos, os EUA são uma federação, atualmente com 50 estados componentes.  Ma o atual estado de coisas de união norte-americana foi conquistado a duras penas.  Custou 620.000 vidas na tenebrosa Guerra de Secessão, ocorrida entre 1860 e 1865.
 
O sul, escravista, patriarcal, rural, aristocrata, latifundiário e de perfil conservador opunha-se ao nordeste cosmopolita e industrializado, avesso às tradições e abolicionista.  Tal oposição agravou-se ao longo da primeira metade do século XIX, muito em conta do forte fluxo imigratório vindo da Europa, especialmente das ilhas britânicas.  Os imigrantes estabeleceram-se nas cidades grandes do nordeste americano, aportando a tão necessária mão de obra geradora da industrialização.  A abundante mão de obra somou-se às diversas inovações tecnológicas, em especial, do setor de transportes.  A extensa malha viária mantinha unida a vastidão territorial americana, o frete reduziu-se, os prazos de remessa diminuíram e os alimentos produzidos no oeste passaram a ter fácil circulação para o Atlântico. Os Estados Unidos, por volta de 1850, cresciam a espantosa taxa de 7,8 % ao ano.


 À parte do crescimento econômico acelerado, não existe uma estabilidade política a considerar.  O sentimento nacional é incipiente, os americanos identificam-se muito mais com sua cidade, condado, estado ou seção de origem (norte ou sul), do que com a nação.  
 
Razões climáticas também justificaram a Secessão.  Ao norte, o frio impera, inviabilizando a prática agrícola em longa escala, o que faz com que os yankees dediquem-se ao comércio e à indústria.  Os estados do sul possuem um clima mais quente, propício às monoculturas do algodão, fumo, cana-de-açúcar.  O uso da mão de obra escrava é justificativa para manutenção das grandes fazendas sulistas.  Já a sociedade nortista dá ao trabalhador o sonho de ascensões sociais, entregando-se freneticamente ao senso de produtividade e rentabilidade.  As fábricas do norte em 1860 produziam 90% dos produtos manufaturados da nação. 
 
Eis o cenário para essa traiçoeira Guerra Civil, com personagens que permeiam o imaginário americano, como o General Lee e o Presidente Abraham Lincoln.
 
Vamos à leitura?